02 dezembro 2005

COLHEMOS O QUE SEMEAMOS

É fácil imaginar onde reside a razão de viver de muitas pessoas, que fazem do trabalho o seu calvário. Por causa dele, em nome do sustento de um padrão de vida, da busca de um sonho, ou da aspiração de uma situação melhor no futuro, apostam e consomem todas as energias visando sempre o objetivo profissional e financeiro, sem perceber os estragos que vai fazendo pelo caminho.

Esses estragos fatalmente atingirão de uma forma ou de outra a própria pessoa, porque a rotina exaustiva de trabalho subtrai-lhe o espaço de viver em equilíbrio, curtir a vida, a família, os amigos que é a parte significativa de se viver. Com isso, a energia dispendida em excesso para dar conta de tamanho desgaste, fatalmente lhe será escassa em algum momento. Este momento, normalmente será uma época importante, onde necessitaria de reservas de energias para sobrepor as dificuldades advindas e ter mais energias que os concorrentes para superá-los e alcançar o seu troféu.

Nesse momento, o mundo profissional não tem piedade, leva o troféu quem chega primeiro, não quem gastou mais energia! Não interessa o que você produziu no passado, o que vale é sua produtividade agora! Se ela cair do padrão que a pessoa mesmo criou, e ela não der conta do recado, simplesmente o mercado o descarta e outro assume o seu lugar, sem nenhum ressentimento.

O mundo profissional não tem memória para fracassados, a não ser para servir de exemplo do que não se deve fazer. Imagino que isto não está nos planos de ninguém: focar sua vida em algo para servir a outros por contraponto do certo e do errado, mas pelo lado negativo.

Nesse momento, é que inicia o calvário real da frustração e aparece o momento que as pessoas tentam juntar os cacos que sobraram de suas estruturas e sob imensa pressão, quando não em “depressão”, se dão conta do que realmente deveria ter sido valorizado no decorrer de sua vida, só que normalmente é um pouco tarde.

Aí se percebe que por mais renegados que sejam, a família e poucos amigos é que ficam ao seu lado para estender-lhe a mão e retomar a caminhada. Agora já sobre um novo significado e provavelmente com outros valores.

Existe sempre uma hora certa de fazer as coisas certas: Agora, hoje, imediatamente, mas é cômodo deixar para depois. Você que sabe, a vida é sua!

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