Um casal quando se casa, segundo os conceitos cristãos deveriam ser “uma só carne”, ou seja, apenas um, devido a comunhão de interesses que deve existir a partir daquele importante momento.
Cada um tem sua individualidade que no início do casamento até normalmente aceitam colocá-la do lado, em nome da doçura desse momento da vida.
Com o passar do tempo, se as coisas não forem bem cultivadas, começa a fase da reconstrução das individualidades do casal e assim, o que para funcionar bem deveria ser apenas um, transforma-se em dois.
Esses dois, nesse momento, já começam a perceber detalhes um no outro, que são diferentes do cônjuge ideal que sempre sonharam, então, cada um quer que o outro seja aquela pessoa ideal, segundo a sua forma de ver.
Nesse momento, o milagre da multiplicação acontece, porque o que conceitualmente deveria ser “uma só carne”, já deixou de ser assim pelo florescimento da individualidade de cada um, tornando-se dois e iniciando a divisão.
Quando esses dois começam a querer do outro o cônjuge ideal conforme sua opinião e seus desejos, já surgiram mais duas figuras, tornando-se quatro o que deveria ser apenas um.
Como todos esses “fantasmas” devem ocupar o espaço de apenas um, fatalmente a situação vai complicando a cada dia, podendo facilmente ficar fora de controle, porque desemboca no desejo de procurar a pessoa ideal em outra pessoa, que aí sim, potencializa o desmoronamento da sólida estrutura que anteriormente teria sido imaginada.
Esta guerra de vaidades, apesar de ocorrer com naturalidade, é de difícil convivência, mas existe uma força agregadora chamada amor, que é o elo que sustenta toda essa cadeia de problemas e toda essa miscelânea de individualidades e faz com que dentro de uma mesma casa, convivam seres individualmente tão diferentes, mas coletivamente aparentam uma fusão que só o verdadeiro amor pode proporcionar.
JOSÉ ERONI FERNANDES
30 maio 2005
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2 comentários:
O texto é realmente muito bom e bem escrito. Ótima reflexão.
Jane
Parabéns pelo texto. Procure atualizar o blog mais constantemente porque mensagens como essa merecem ser ainda mais divulgadas. Um abraço.
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